As línguas de sinais, misteriosas em suas origens, têm desempenhado um papel crucial na comunicação humana desde tempos imemoriais. Algumas teorias sugerem que essas formas de expressão gestual surgiram na pré-história, antecedendo as línguas orais. Esta arte ancestral de se comunicar floresceu ao longo da história, dando origem a mais de 300 línguas de sinais distintas em todo o mundo.

Desde os primórdios, os surdos desenvolveram modos intrínsecos de se comunicar, dando origem às línguas de sinais que emergem de maneira espontânea em diversas comunidades. Essas línguas não apenas preenchem o vácuo comunicativo, mas também carregam consigo uma riqueza estrutural e gramatical notável, capaz de abordar uma gama variada de tópicos.
As línguas de sinais não conhecem fronteiras e são visuais-gestuais, empregadas por indivíduos surdos ou com deficiência auditiva para se comunicarem tanto entre si quanto com aqueles que ouvem. Além disso, a comunicação tátil, como no sistema datilológico, estende-se à interação com surdo-cegos, onde símbolos e signos são hábeis na palma da mão.
Você sabia que o globo abriga mais de 300 línguas de sinais, cada uma com sua própria gramática, sintaxe e léxico exclusivos? Embarque conosco nesta jornada fascinante enquanto exploramos a história e a diversidade dessas línguas em diferentes continentes, revelando como as pessoas de culturas e línguas tão distintas se conectam através da expressão gestual.
Para ver informações sobre o tipo de linguagem de cada região, é só clicar na setinha, ao lado do título:
LIBRAS - Língua Brasileira de Sinais

A Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) é mais do que uma forma de comunicação para a comunidade surda do Brasil, é uma manifestação rica em história e peculiaridades únicas. Seu estatuto como língua oficial desde 2002, protegido por lei, destaca sua importância e reconhecimento no cenário nacional.
As Origens da LIBRAS: Uma Viagem ao Século XIX
A saga da LIBRAS teve início no século XIX, durante o Segundo Império brasileiro. O imperador Dom Pedro II, percebendo a necessidade de uma língua inclusiva para a comunidade surda, convidou o renomado estudioso francês Ernest Huet a atravessar o Atlântico e trazer sua experiência do Instituto Nacional de Surdos de Paris para o Brasil.
Para Além dos Números: A Comunidade Surda no Brasil
Com cerca de 5% da população brasileira identificando-se como surda, totalizando cerca de 10 milhões de indivíduos, a LIBRAS desempenha um papel crucial na conectividade e expressão dessas comunidades. Surpreendentemente, 2,7 milhões entre eles não possuem audição alguma.
A Complexidade da LIBRAS: Mais do que Sinais
Contrariando equívocos comuns, a LIBRAS não é apenas uma representação visual do português. Ela possui uma gramática, sintaxe e léxico distintos, e sua complexidade é acentuada pelo uso expressivo de expressões faciais, movimentos da cabeça e postura corporal.
Explorando a LIBRAS: Um Convite à Descoberta
Se você está curioso para saber mais sobre a história, desenvolvimento e características únicas da LIBRAS, confira nosso post especial dedicado a essa língua vibrante. Clique aqui e embarque conosco nessa jornada de compreensão e apreciação pela riqueza da Língua Brasileira de Sinais.
ASL - American Sign Language

A American Sign Language (ASL) é o elo linguístico vital para a comunidade surda e deficientes auditivos nos Estados Unidos, além de algumas regiões do Canadá. Com mais de 1 milhão de adeptos somente nos EUA, a ASL é uma língua distinta, muito além de uma simples representação visual do inglês, compartilhando essa característica fundamental com a LIBRAS.
Raízes e Desenvolvimento: Uma Parceria Notável
Desenvolvida no início do século XIX por Thomas Hopkins Gallaudet e Laurent Clerc, a ASL tem suas raízes na Língua de Sinais Francesa (LSF). Clerc, surdo e usuário nativo da LSF, trouxe consigo essa rica tradição para os Estados Unidos, onde, ao longo do tempo, a ASL evoluiu de forma distinta, adquirindo seu próprio vocabulário e gramática.
Semelhanças e Diferenças com a LIBRAS
A similaridade entre a ASL e a LIBRAS não se limita apenas ao fato de ambas derivarem da LSF, seus alfabetos também são notavelmente parecidos, apesar de algumas diferenças em letras específicas. Como ressalta o especialista Adauto Caramano, ambas as línguas utilizam uma mão para representar as letras do alfabeto.
Comunicando Além das Palavras: O Papel do Espaço e Movimento
A singularidade da ASL se manifesta no uso criativo de espaço e movimento para transmitir significados complexos. Usuários frequentemente utilizam seus corpos para indicar sujeito, objeto e verbo em uma frase, empregando sinais direcionais para apontar a localização de objetos ou pessoas. Essa abordagem dinâmica permite uma comunicação rica e expressiva.
Expressões Faciais e Linguagem Corporal: A Emoção nas Mãos
Além dos gestos, a ASL incorpora expressões faciais e linguagem corporal para adicionar nuances emocionais e tonais à comunicação. Sobrancelhas levantadas, cabeças inclinadas e outras expressões faciais servem para indicar perguntas, negações e outros elementos gramaticais, criando uma linguagem completa e vibrante.
Assim como a LIBRAS, a ASL é um reflexo da rica cultura e identidade das comunidades surdas, uma história contada por gestos e expressões que transcende barreiras auditivas.
LSF - Langue des Signes Française

A Langue des Signes Française (LSF), ou Língua de Sinais Francesa, é uma joia linguística na Europa, marcando sua presença com uma história robusta e um recente reconhecimento oficial. Em 2005, o governo francês conferiu à LSF o status de língua, um marco crucial que foi ainda mais consagrado em 2015, quando foi formalmente incluída na Constituição francesa como idioma da República.
Um Passado Ilustre: Raízes e Pioneirismo
A história da LSF remonta ao século XVIII na França, onde o clérigo Charles Michel de l'Epée emergiu como pioneiro na utilização da língua na educação de surdos. O século XVIII marcou o "período institucional", um divisor de águas na educação de surdos, caracterizado pela adoção de uma pedagogia coletiva.
A Influência Marcante: Educação de Surdos e LSF
A influência da Língua de Sinais Francesa transcende fronteiras, deixando uma marca duradoura na história da institucionalização da educação de surdos. Marta Maria Covezzi, doutora em Estudos de Linguagem e professora da UFMT, destaca a forte presença da LSF e dos professores franceses na formação da língua de sinais nos Estados Unidos e, posteriormente, no Brasil.
Sinais Icônicos: O Encanto da Expressão Gestual
A LSF se destaca por sua riqueza visual, com alguns sinais sendo verdadeiramente icônicos, imitando objetos ou ações que representam. Por exemplo, o sinal para "livro" envolve uma mão espalmada, enquanto a outra a abre e fecha, em uma representação fiel da ação de abrir e fechar um livro.
Na Vanguarda do Reconhecimento: Estimativas e Consagração
Estima-se que aproximadamente 100.000 pessoas na França se expressem fluentemente em LSF, testemunhando o crescimento contínuo e a consolidação dessa língua única. Seja através da ação icônica de sinais ou do reconhecimento governamental, a Língua de Sinais Francesa está firmemente enraizada na herança cultural e linguística da França.
DGS - Deutsche Gebärdensprache

A Deutsche Gebärdensprache (DGS), ou Língua Gestual Alemã, é a expressão viva da comunidade surda na Alemanha, Luxemburgo e na comunidade germânica da Bélgica. Com uma estimativa de cerca de 50.000 usuários, a DGS é uma linguagem gestual rica e distinta.
Raízes e Desenvolvimento
A década de 1950 marcou um avanço significativo para a comunicação dos surdos na Alemanha. O surgimento da Associação Alemã de Surdos em 1950 e o Congresso Mundial de Surdos-Mudos em 1951 foram eventos cruciais. A abertura de escolas secundárias para crianças surdas em Munique, Hamburgo e Dortmund na década de 1960 foi um passo fundamental para a inclusão educacional.
A Pesquisa e a Evolução
Desde 1975, o linguista Siegmund Prillwitz lidera pesquisas sistemáticas sobre a Deutsche Gebärdensprache na Universidade de Hamburgo. Em 1985, Prillwitz definiu os quatro parâmetros de forma da mão, posição, ponto de execução e movimento, contribuindo significativamente para o entendimento e estruturação da DGS.
Desenvolvimento Institucional
O estabelecimento do Centro de Língua de Sinais Alemã e Comunicação para Surdos, em 1987, sob a direção de Siegmund Prillwitz, destacou o compromisso com o avanço da DGS. Os programas de graduação em Línguas de Sinais e Interpretação de Língua de Sinais, criados em 1992 e 1993, consolidaram ainda mais o status acadêmico da língua gestual.
A Complexidade da Linguagem Gestual
A Deutsche Gebärdensprache é uma linguagem intrincada que vai além das mãos. A comunicação envolve não apenas mãos e braços, mas também cabeça e toda a parte superior do corpo. A posição e o movimento precisos das mãos, bem como o local do sinal no corpo, são fundamentais para transmitir significado.
O Desafio da Aprendizagem
A DGS, uma língua altamente complexa, demanda tempo e dedicação para ser dominada. Estima-se que alguns levem de um a dois anos para aprender a língua na Alemanha, enquanto outros podem levar mais de três anos para alcançar a fluência. Essa jornada é essencial para desenvolver não apenas habilidades linguísticas, mas também para enriquecer o desenvolvimento mental, emocional e social das pessoas surdas na Alemanha.
LSE - Lengua de Signos Española

Na Espanha, as origens da língua de sinais remontam ao século XVI, quando mosteiros utilizavam sinais devido à obrigatoriedade do silêncio, tornando-se uma forma crucial de comunicação. A iniciativa de educar crianças surdas foi liderada por Pedro Ponce de León, que percebeu a necessidade de um sistema de comunicação gestual.
Desenvolvimentos no Século XVII
No século XVII, D. Manuel Ramírez de Carrión procurou integrar crianças surdas à sociedade, publicando um tratado fundamental chamado "Escola Espanhola de surdo-mudo", escrito por Lorenzo Hervás e Panduro. Este tratado destacou a afinidade entre as línguas e foi crucial para a integração dos surdos na sociedade espanhola.
Expansão na Educação de Surdos
Graças ao trabalho pioneiro de Fray Pedro Ponce de León, a educação de surdos se disseminou pela Europa, e métodos gestuais tornaram-se evidentes no campo educacional. O final do século XVIII viu a fundação da primeira escola para crianças surdas na Espanha, El Real Colégio de Sordomudos.
Padronização com Francisco Villabrille
O maior passo em direção à padronização da língua de sinais na Espanha ocorreu com a publicação do "Diccionario de mimica y dactilología" de Francisco Villabrille, que descreveu 1500 sinais, contribuindo significativamente para a consolidação da língua.
Desenvolvimento no Século XIX
O século XIX testemunhou a abertura das primeiras escolas para surdos e cegos, marcando o início da interação linguística e social entre as pessoas surdas e o desenvolvimento das línguas de sinais espanhol e catalão.
Reconhecimento Oficial no Século XXI
A pesquisa linguística na Espanha começou em 1992, liderada por Mª Ángeles Rodríguez González e Irma Mª Muñoz Baell. Finalmente, em 2007, a Língua Gestual Espanhola (LSE) obteve o reconhecimento oficial pelo parlamento espanhol por meio da Lei 27/2007 de 23 de outubro, marcando um avanço significativo na integração e reconhecimento das línguas de sinais na sociedade espanhola, alinhando-se com os avanços tecnológicos contemporâneos.
LIS - Lingua Italiana dei Segni

A Lingua Italiana dei Segni (LIS), ou Língua Italiana de Sinais, embora tenha obtido reconhecimento oficial apenas em 2021, tem raízes profundas que se entrelaçam com a história dos surdos na Itália.
Uma Linguagem Autêntica
A LIS é uma língua natural utilizada por uma parte significativa da comunidade surda na Itália. Diferentemente de um simples conjunto de gestos, a LIS é uma linguagem real, transmitida através das mãos e do corpo, captada pelos olhos. Suas nuances e expressividade são governadas por regras precisas, equiparando-se a todas as outras línguas, sejam faladas ou sinalizadas.
Raízes na Escola Francesa para Surdos
A influência da escola francesa para surdos de Épée desempenhou um papel crucial na evolução da LIS. A primeira escola pública para surdos, inaugurada em Paris, obteve sucesso tanto nacional quanto internacionalmente. A língua ensinada no Instituto dos Jovens Surdos de Paris começou a se uniformizar e, ao mesmo tempo, a se difundir e diversificar em diferentes localidades e nações.
Evolução da LIS a partir da Língua de Sinais Francesa
Como muitas línguas de sinais modernas, a LIS evoluiu da antiga língua de sinais francesa. O padre Tommaso Silvestri, discípulo do mestre francês Épée, desempenhou um papel crucial na introdução do método de educação para surdos na Itália. A disseminação desse método contribuiu para a diversificação e adaptação da LIS em diferentes regiões do país.
Reconhecimento Oficial em 2021
Embora tenha uma história rica e diversificada, a Lingua Italiana dei Segni só foi oficialmente reconhecida como língua em 2021. Esse marco representa não apenas um reconhecimento formal, mas também o valor cultural e linguístico da LIS na vida da comunidade surda italiana.
JSL - Nihon Shuwa, 日本手話

A Língua de Sinais Japonesa (日本手話, Nihon Shuwa), também conhecida como JSL, é uma expressão linguística vibrante e distintiva no Japão. Sendo uma língua natural completa, a JSL possui sua própria gramática e estrutura, embora seja influenciada pela língua japonesa falada.
Dimensões Demográficas
Em 2008, o Japão contava com 304 mil surdos e deficientes auditivos com mais de 18 anos. No entanto, estimar o número exato de usuários de JSL é desafiador devido à dificuldade em distinguir entre eles e aqueles que utilizam outros tipos de linguagem de sinais, como Taiou Shuwa e Chuukan Shuwa. A Associação Japonesa de Estudos de Língua de Sinais estima que cerca de 60.000 pessoas utilizam a JSL no país.
Raízes Históricas
Pouco se sabe sobre a língua de sinais e a comunidade surda japonesa antes do período Edo. A primeira escola para surdos foi estabelecida em 1878 em Kyoto por Tashiro Furukawa, que também desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento da Língua de Sinais Japonesa.
Defesa e Reconhecimento
A princesa Kiki (Akishino) emerge como uma defensora notável da JSL na Família Real Japonesa. Além de estudar a língua de sinais, ela é uma intérprete de linguagem de sinais treinada. Sua participação em eventos como o Concurso de Linguagem de Sinais para Alunos do Ensino Médio e o Elogiando Mães que Criam Filhos com Deficiência Auditiva destaca seu compromisso com a promoção da linguagem de sinais e a conscientização sobre a comunidade surda.
A riqueza cultural da JSL não apenas reflete a diversidade linguística do Japão, mas também destaca a importância da inclusão e do reconhecimento das línguas de sinais como componentes fundamentais da sociedade japonesa contemporânea.
SSL - Swedish Sign Language

A Língua de Sinais Sueca (SSL) é uma língua que floresceu e evoluiu entre os usuários de idiomas na Suécia ao longo de décadas. Possuindo um léxico e gramática próprios, sua pesquisa é contínua desde a década de 1970.
Em um marco histórico significativo, em 14 de maio de 1981, o Riksdag da Suécia oficialmente reconheceu a língua de sinais como a primeira língua dos surdos, fazendo da Suécia o primeiro país do mundo a conceder tal reconhecimento. A língua gestual sueca detém uma posição especial na sociedade sueca, respaldada pela lei da língua (SFS 2009:600).
Interessante notar que, entre aqueles cuja língua materna é a Língua Gestual Sueca, nem todos são surdos. Pessoas com perda auditiva, ouvintes e, especialmente, crianças de famílias que utilizam a língua de sinais, podem aprender a SSL desde a infância. Além disso, muitos aprendem essa língua como segunda língua, incluindo pais, parentes, amigos, parceiros e profissionais que a utilizam em seu trabalho. Essa diversidade de usuários amplia significativamente o número total de falantes.
A Língua de Sinais Sueca é uma forma de comunicação visual, expressa por meio das mãos, corpo e rosto (boca, olhos, direção do olhar e cabeça). Essa modalidade visual permite a expressão simultânea de vários sinais linguísticos. Os sinais na SSL são tão essenciais quanto as palavras em línguas faladas, e sua organização nas frases segue padrões específicos, proporcionando uma estrutura linguística única e cativante.
NSL - Nigerian Sign Language

A introdução da linguagem de sinais na Nigéria teve suas raízes na Língua de Sinais Americana (ASL) na década de 1960. Andrew Forster, um missionário surdo americano, desempenhou um papel crucial ao utilizar a antiga ASL para educar crianças surdas na Província Ocidental da Nigéria.
Esse esforço pioneiro resultou na fundação de escolas para surdos em Lagos e Ibadan.
Ibrahim Garba, doutor em Morfossintaxe da Língua de Sinais Hausa, destaca a existência de Línguas de Sinais Nigerianas como variedades regionais, enraizadas na cultura e na comunidade surda da Nigéria. Ele argumenta que, embora haja formas de comunicação indígenas e culturais nos níveis comunitário e regional, a língua de sinais nacionalmente reconhecida é a Língua de Sinais Americana (ASL).
Emma Asonye defende a ideia de que, se houver dialetos da Língua de Sinais da Nigéria, é fundamental estabelecer uma versão padrão, que não deve ser estrangeira, mas sim nativa e nigeriana. A busca por uma versão padrão reflete o desejo de preservar e promover a identidade linguística e cultural única da comunidade surda nigeriana.
A discussão sobre a diversidade linguística nas Línguas de Sinais Nigerianas destaca a importância de equilibrar influências estrangeiras com o reconhecimento e o respeito pelas expressões linguísticas autênticas e nativas que surgiram organicamente na rica tapeçaria cultural da Nigéria.
TSL - Thai Sign Language

A Língua de Sinais Tailandesa (TSL), também conhecida como Língua de Sinais Tailandesa Padrão Moderna (MSTSL), desempenha um papel vital na comunicação da comunidade surda tailandesa. Utilizada por aproximadamente 20% dos 56.000 surdos que frequentam escolas no país, a TSL é um reflexo da diversidade linguística e cultural da Tailândia.
Sua origem está relacionada à Língua de Sinais Americana (ASL), bem como a duas línguas de sinais indígenas, a Antiga Linguagem de Sinais de Bangkok e a Linguagem de Sinais de Chiangmai. Essas línguas originais provavelmente se desenvolveram em áreas urbanas, proporcionando um meio de comunicação para os surdos que se encontravam nessas regiões.
À medida que a ASL ganha destaque na Tailândia, línguas de sinais nativas estão desaparecendo, lembradas apenas por sinalizadores mais antigos, mas não mais utilizadas no cotidiano. Essas variedades mais antigas podem ter conexões linguísticas com as línguas de sinais do Vietnã e do Laos.
A TSL foi oficialmente reconhecida como "a língua nacional dos surdos na Tailândia" em agosto de 1999, através de uma resolução assinada pelo Ministro da Educação em nome do Governo Real da Tailândia.
Além disso, a Língua de Sinais Ban Khor (BKSL) acrescenta uma dimensão única à diversidade linguística tailandesa. Usada por uma comunidade de cultivo de arroz na remota aldeia de Ban Khor, a BKSL é uma língua isolada, independente das outras línguas de sinais tailandesas. Seu desenvolvimento na década de 1930, em resposta ao grande número de surdos na comunidade, destaca a capacidade das comunidades locais de criar e preservar suas formas exclusivas de comunicação.
As Línguas de Sinais dos Países Árabes

Nos países árabes, assim como as línguas faladas variam, as comunidades surdas e mudas também utilizam línguas de sinais distintas. Cada país árabe possui sua própria língua de sinais, embora compartilhem algumas semelhanças. Notavelmente, as línguas de sinais no Magreb (Argélia, Tunísia, Marrocos) têm raízes na família da língua de sinais francesa, desenvolvida na França no século XVII. No entanto, as línguas de sinais no Egito, nos países do Levante e do Golfo são diferentes.
Nos primeiros anos do século XXI, uma tentativa de criar um equivalente do árabe moderno padrão para surdos e mudos foi feita. No entanto, essa variante, derivada da língua de sinais internacional, não conseguiu se estabelecer nas comunidades surdas e mudas dos países árabes, devido às notáveis diferenças entre os sinais "globais" e as línguas de sinais locais, que se desenvolveram organicamente.
Os esforços para abordar essa questão variaram de país para país. Por exemplo, a língua de sinais dos Emirados foi desenvolvida em 2018 pela Zayed Higher Organization for People with Special Needs (ZHO). No Líbano, apesar das dificuldades econômicas e da falta de recursos, há estruturas educacionais e de pesquisa voltadas para os problemas dos surdos. Antoine Romanos, um renomado pesquisador libanês, dedicou várias décadas ao estudo da língua de sinais libanesa e à educação de crianças surdas. Seu trabalho, especialmente como consultor psicoeducacional do Instituto de Reabilitação Vocal em Ain Aar, contribuiu significativamente para o entendimento e apoio à comunidade surda no Líbano.
Explorar as Línguas de Sinais ao redor do mundo é mergulhar em um mosaico fascinante de comunicação e cultura. Das raízes históricas às nuances modernas, cada língua reflete a riqueza das comunidades surdas e sua expressão única. Celebrar essa diversidade não apenas aprimora nossa compreensão global, mas também destaca a importância de proteger e promover essas formas vitais de comunicação. Que este passeio pelas Línguas de Sinais inspire um compromisso renovado com a inclusão e o respeito pelas diversas maneiras pelas quais o mundo se comunica.
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